The Young Victoria ( em português A jovem Victoria) narra com delicadeza e perfeição irritante ( digo irritante quando gosto muito) o início da vida da única soberana inglesa a governar 81 anos. Sim , isso é possível. Como filme histórico de grandes abalos císmicos talvez  este não seja um primor mas cumpre com maestria e elegância a função de mostrar como Victoria e Albert se transformaram em um dos casais modelo do século XIX  em pleno desenvolvimento do romantismo. Depois de passar pela turbulência que era ( e ainda deve ser , guardadas as proporções) a ascensão ao trono Victoria que desde muito cedo sabia que iria ser Rainha sente-se livre quando a hora da coroação chega. Vivendo na companhia de ardilosos e interesseiros conselheiros e cercada de pretendentes que viam na jovem na verdade uma bela aliança com o Reino Unido a Rainha encontra o amor – como entrou para a história  – a primeira vista. O príncipe Albert, com personalidade independente e idéias próprias apesar da juventude ,conquista o coração de Victoria. Os dois casam-se por amor – um difícil exemplo de felicidade no século XIX e no interior das intrigas palacianas da monarquia de então.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A despeito de não ser uma história estimulante para alguns que preferem emoções mais intensas – o filme narra de forma quase comedida o calor do momento- é uma peça obrigatória para que estuda design de moda. A História da Moda se encontra de forma absoluta representada em figurinos perfeitos – o início do romantismo na decada de 30 é especialmente raro de se ver retratado. Pois a história se passa em um momento em que as roupas já não são mais neoclássicas mas ainda não receberam a cintura definitivamente marcada e as armações circulares chamada de crinolinas. O Romantismo se faz presente em penteados elaborados em lações e flores que surgem a todo momento apontando para um sem fim de adornos que o feminino ainda iria receber.

Uma noiva simples , discreta – era o que os jornais da época diziam a respeito de Victoria que, ao ir para o altar de branco fez da cor uma tradição entre as nubentes que ressaltavam a pureza em seus corações. Amores de corpo e alma.

Os detalhes são preciosos – jóias e enfeites são cópias fiés do usado na corte. A cartela de cor segue a reprodução dos vestidos usados pela jovem Rainha que ganhou ainda fama por ser mais discreta e apostar menos no luxo do que se esperava de uma moçoila que tinha tudo para se deslumbrar com o trono.

Victoria foi uma Rainha apaixonada e dita sensata. Amava Albert , seus filhos e a Inglaterra.Tradição, família e propriedade com rendas e babados em tempos de romantismo